sábado, 27 de julho de 2013

A Via Sacra na JMJ


O grão de trigo caído na terra, ressuscita no coração dos jovens de todas as nações.O Cristo que morreu, morreu por nós. Sua ressurreição é nossa vida.
Linda Via Sacra.
Nossas dores, Ele as carrega conosco e nos pede para ajudar os que sofrem, pois é Ele que sofre neles. O Papa Francisco ao final nos mostra os males que nós fazemos uns aos outros, denunciando os principais pecados de nossa sociedade. Francisco nos mostra que não estamos sozinhos: Cristo caminha conosco. Cristo nos convida a sair de nós mesmos e a estender a mão aos outros. Quem queremos ser? Pilatos? Cirineu? Maria? Jesus nos pergunta: quereis ajudar-me a levar a Cruz? Cristo nos acompanha, perdoa e nos chama para levar aos outros esse mesmo amor. Por fim, com o Pai Nosso, a oração que é a perfeita síntese do ensinamento de Jesus e com a bênção do Papa Francisco encerrou-se o belíssimo ato da Via Sacra.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Dom Eduardo.

eis os videos de cada estação:

1ª Estação - Jesus é condenado à morte -http://youtu.be/hE7TqKAAze4

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! Fui atraído
pelo teu divino Coração. Venho das fronteiras do
mundo. Sou missionário e encontro no meu caminho
muitos jovens inocentes que todos os dias são condenados
a morte pela pobreza, pela violência e por todo
tipo de consequências do pecado que nos machuca
desde as origens da humanidade. Quero seguir teus
passos na certeza de que tudo posso n'Aquele que
me fortalece e se Deus é por nós, quem será contra nós?


2ª Estação - Jesus toma a cruz aos ombros -http://youtu.be/_Z7aqth7FM0

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! Fui convertido
pelo teu divino Coração. Tomaste sobre os
ombros minhas dores e misérias. Era
minha a cruz que te feriu. Quero completar o teu
sacrifício em minha vida, deixando-me tocar por tão
grande amor e dando testemunho com as palavras e
com o exemplo ali onde o mundo precisa. Levarei
para sempre a tua cruz no meu peito e as tuas palavras
no meu coração. Quero ser instrumento deste amor
que nunca se cansa de amar.

3ª Estação - Jesus cai pela primeira vez -http://youtu.be/JMJsojpW4wo

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! Nas
quedas sou animado pelo teu humilde Coração. Sou
voluntário numa comunidade de recuperação de jovens
que caíram na dependência química. Sao vítimas
de um comércio violento e cruel. São desfigurados e
correm o risco de permanecer no chão. Vejo teu rosto
na face de cada um deles. Ensina-me a ser como o
bom samaritano que, para além dos discursos, tem
coragem de levantar quem está caído a beira do caminho
e cuidar de suas feridas.
Neste gesto de solidariedade salutar, ensina-me que
somente em ti encontraremos a total transfiguração.

4ª Estação - Jesus encontra sua Mãe - http://youtu.be/3sMWQ-_MVTM

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! Contemplo
a profunda comunhão de amor entre o teu Coração
e o coração de tua mãe. É uma comunhão redentora! Aquela troca silenciosa de olhares no caminho da cruz fala mais do que qualquer discurso ou palavra. A
dor do filho é realmente a dor da mãe. Isto me faz pensar nas lutas em favor da vida da sua concepção até o seu fim natural. Nós mulheres temos uma vocação
muito forte para defender tudo o que vive. Não podemos aceitar a violência de quem se acha no direito de interromper uma vida indefesa. Queremos proclamar
com tua mãe: O Senhor fez em mim grandes coisas. Derruba do trono os arrogantes e eleva os humildes. Manifesta a força de seu braço e nos sustenta
nos caminhos da nova evangelização.

5ª Estação - Simão Cirineu ajuda Jesus a carregar a Cruz -http://youtu.be/ppiLkSAVUqM

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui!Fui chamado
pelo teu divino Coração. Sou um jovem vocacionado
a caminho do sacerdocio. O teu apelo ressoa
muito forte no meu interior: Quem quiser ser meu
discípulo, tome sua cruz e siga-me!Mas nem sempre
compreendo que a luz passa pela cruz. Ao carregar
um pouco do teu fardo quero aprender os caminhos
da configuração a ti. Que um dia eu possa dizer: eu
vivo, mas não sou eu que vivo é Cristo que vive
em mim. Faz de mim um ministro
transparente. Livra-me da tentação dos primeiros
lugares e ensina-me a ser um bom pastor, que dá a
vida para congregar teu povo na unidade.

6ª Estação - Verônica enxuga o rosto de Jesus -http://youtu.be/Bl3-Iu0i1Lg

Não posso me calar quando encontro nas
vias-sacras da vida tantas vítimas de uma cultura de
morte: mulheres prostituídas e famílias na miséria,
enfermos sem atendimento e idosos desprezados, migrantes
sem terra e jovens desempregados, pessoas
excluídas da cultura digital e minorias tratadas com
preconceito... a lista e grande, meu Senhor. Ao enxugar
as lagrimas, o suor e o sangue do rosto destes
irmãos e irmas vejo maravilhada que a tua face
fica estampada no lenço da minha solidariedade. Ensina-me a sempre unir mística
e militância, fé e vida, céu e terra, porque o Pai e nosso
e somos irmãos, mas o pão também e nosso e somos
cristãos, ou seja, gente que acredita no milagre de
repartir.

7ª Estação - Jesus cai pela segunda vez -http://youtu.be/eAYABqvy6Uw

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-nos aqui! Encontramos
em teu Coração a nossa morada. Desde que
começamos a namorar ensaiamos o jeito certo de
construir uma família que tem papel fundamental
na transmissão da fé e da vida. Contemplando a tua
paixão entendemos que tudo isso foi por amor. Aprendemos,
porém, que as nossas paixões não são um
fundamento seguro. So constrói sobre a rocha, quem
edifica no amor. Dá-nos a sabedoria
de começar a construção pelos fundamentos e não
pelo telhado. Ensina-nos que cada escolha exige renúncias.
Se cairmos, Senhor, seja sempre avançando
e nunca desistindo. Mesmo nas quedas, não permita
que nos afastemos de ti.


8ª Estação - Jesus consola as mulheres de Jerusalém -http://youtu.be/W_DKlxH5PNs

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! No teu
Coração tão humano aprendi o valor salvífico do
sofrimento e da dor. Completo na minha carne o
que falta aos teus sofrimentos pelo teu Corpo, que
e a Igreja. Não posso esquecer que a
redenção se realizou pela tua cruz, ou seja, pelo teu
sacrifício. Isto me ensina que a dor faz parte da condição
humana e tocada inteiramente pelo teu amor
que salva. Isto não me leva a uma resignação alienada,
mas me faz consciente de que algumas dores são oportunidades
para me unir a tua cruz. É um mistério que
apenas quem sofre unido a tipo de discernir na medida
certa. Ensina-me que na hora da dor melhor do que
falar sobre Deus e falar com Deus. A prece consola
mais que a explicação.

9ª Estação - Jesus cai pela terceira vez -http://youtu.be/kxgqXMfmvtM

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! No teu
Coração de mestre encontrei a Verdade. Venho do
mundo dos estudos. Eles fazem parte da minha missão
neste momento. O conhecimento e a ciência me encantam,
mas muitas vezes me seduzem e até induzem
a imaginar que não preciso de ti. Mas meu coração
tem sede de um amor e de uma verdade que superam
os amores e as verdades desta terra. Apenas na tua
Verdade encontro a sabedoria eterna. E neste tesouro
encontro as forças para não mais cair. Apenas quem
encontra a Verdade, para além dos limites do corpo,
fica verdadeiramente de pé.

10ª Estação - Jesus é despojado de suas vestes -http://youtu.be/XI_VHCUI12c

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! Teu
Coração me ensina tantas maneiras de promover a
comunhão. Faço parte desta geração que nasceu
conectada por meio da Internet. Sei que as redes sociais
são uma possibilidade para construir relações
verdadeiras, mas exigem muita atenção para não ficar
refém das forças de dispersão que despojam a juventude
de sua identidade. A manipulação da inteligência
é uma delas. Isto nos pode levar a alienação dos
direitos religiosos, sociais e ate políticos. Olhando para
o teu despojamento total no caminho da cruz eu
peço em nome de minha geração: que a tua graça
nos ensine os caminhos para evangelizar o continente
digital e nos deixe atentos a possível dependência
ou confusão entre o real e o virtual, correndo o risco
de dispensar o encontro com as pessoas por contatos
na rede.

11ª Estação - Jesus é pregado na cruz -http://youtu.be/qDVgQUuuQYE

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! No teu
divino Coração encontrei a verdadeira liberdade.
Estou consciente daquilo que disse João Paulo II: a
pior das prisões é um coração fechado. Milhões de
jovens estão presos cumprindo pena por um erro
cometido. Teu olhar de perdão no alto da cruz me
faz pensar que é possível mudar de vida. Ensina-me
que a tua cruz uniu a terra e o céu e os teus braços
abertos acolhem a todos, ate quem está na prisão. E bom saber que amas não apenas quem é justo e santo, mas também o pecador. Obrigado, Senhor, pela tua imensa compaixão!

12ª Estação - Jesus morre na cruz -http://youtu.be/XHLWo9CYS8Q

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! Em teu
Coração encontrei a vida e a vida em plenitude. Conheces
bem os limites de minha condição física. Vivo
um tempo difícil de purificação. A doença é a minha
cruz. Aceita-me unido a ti neste momento. A certeza
de que estas comigo faz cada minuto valer a pena.
Gostaria de viver muitos anos, mas o que é isso diante
da eternidade? Então, Senhor, fortalece em mim a fé,
a esperança e a caridade. E que eu escute de tua boca
a frase que consolou tantos doentes e sofredores: Tua
fé te salvou, vai em paz!

13ª Estação - Jesus é descido da cruz -http://youtu.be/vlumAoBjRzY

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! É maravilhoso
escutar as lições do teu divino Coração.
Passo os dias no silêncio de sons e palavras. Não consigo
ouvir com os ouvidos, mas escuto tua voz em
meu coração. Ao ver-te descido da cruz, repousar no
colo piedoso de tua querida mãe, sinto que todos os
discursos são insuficientes e uma única palavra já
é demais. Existem momentos em que o silêncio e a
contemplação falam muito mais. Ensina-me a descrucificar
os meus irmãos. Que o meu testemunho seja
um silencioso grito de amor e de solidariedade.

14ª Estação - Jesus é sepultado - http://youtu.be/xtfqiVpaQLQ

Senhor Jesus, Cristo Redentor, aqui estamos, envia-nos!
Queremos ser um só coração e
uma só alma. Iremos a todas as nações da terra para
dar testemunho de que encontramos o verdadeiro
caminho para a vida. A semente de tua Palavra caiu
em nossos continentes. Não ficará sepultada na terra.
Ensina-nos a cultiva-lá para que nasçamos frutos de
uma nova evangelização.

Papa Reza o Pai Nosso e abençoa os fiéis -
http://youtu.be/duW-7wGsJ64

Queremos ser um só coração e uma só alma -http://youtu.be/FxO5o8wqUfs

Mensagem do Papa Francisco na Via Sacra -http://youtu.be/KmqJd9IG

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Homilia do Papa Francisco

Missa - Santuário de Nossa Senhora Aparecida 
 24.07.2013




Queridos irmãos e irmãs!


Quanta alegria me dá vir à casa da Mãe de cada brasileiro, o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. No dia seguinte à minha eleição como Bispo de Roma fui visitar a Basílica de Santa Maria Maior, para confiar a Nossa Senhora o meu ministério de Sucessor de Pedro. Hoje, eu quis vir aqui para suplicar à Maria, nossa Mãe, o bom êxito da Jornada Mundial da Juventude e colocar aos seus pés a vida do povo latino-americano.

Queria dizer-lhes, primeiramente, uma coisa. Neste Santuário, seis anos atrás, quando aqui se realizou a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, pude dar-me conta pessoalmente de um fato belíssimo: ver como os Bispos – que trabalharam sobre o tema do encontro com Cristo, discipulado e missão – eram animados, acompanhados e, em certo sentido, inspirados pelos milhares de peregrinos que vinham diariamente confiar a sua vida a Nossa Senhora: aquela Conferência foi um grande momento de vida de Igreja. E, de fato, pode-se dizer que o Documento de Aparecida nasceu justamente deste encontro entre os trabalhos dos Pastores e a fé simples dos romeiros, sob a proteção maternal de Maria. A Igreja, quando busca Cristo, bate sempre à casa da Mãe e pede: “Mostrai-nos Jesus”. É de Maria que se aprende o verdadeiro discipulado. E, por isso, a Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria.

Assim, de cara à Jornada Mundial da Juventude que me trouxe até o Brasil, também eu venho hoje bater à porta da casa de Maria, que amou e educou Jesus, para que ajude a todos nós, os Pastores do Povo de Deus, aos pais e aos educadores, a transmitir aos nossos jovens os valores que farão deles construtores de um País e de um mundo mais justo, solidário e fraterno. Para tal, gostaria de chamar à atenção para três simples posturas: Conservar a esperança; deixar-se surpreender por Deus; viver na alegria.

1. Conservar a esperança. A segunda leitura da Missa apresenta uma cena dramática: uma mulher – figura de Maria e da Igreja – sendo perseguida por um Dragão – o diabo - que quer lhe devorar o filho. A cena, porém, não é de morte, mas de vida, porque Deus intervém e coloca o filho a salvo (cfr. Ap 12,13a.15-16a). Quantas dificuldades na vida de cada um, no nosso povo, nas nossas comunidades, mas, por maiores que possam parecer, Deus nunca deixa que sejamos submergidos.

Frente ao desânimo que poderia aparecer na vida, em quem trabalha na evangelização ou em quem se esforça por viver a fé como pai e mãe de família, quero dizer com força: Tenham sempre no coração esta certeza! Deus caminha a seu lado, nunca lhes deixa desamparados! Nunca percamos a esperança! Nunca deixemos que ela se apague nos nossos corações! O “dragão”, o mal, faz-se presente na nossa história, mas ele não é o mais forte. Deus é o mais forte, e Deus é a nossa esperança! É verdade que hoje, mais ou menos todas as pessoas, e também os nossos jovens, experimentam o fascínio de tantos ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar esperança: o dinheiro, o poder, o sucesso, o prazer.

Frequentemente, uma sensação de solidão e de vazio entra no coração de muitos e conduz à busca de compensações, destes ídolos passageiros. Queridos irmãos e irmãs, sejamos luzeiros de esperança! Tenhamos uma visão positiva sobre a realidade.

Encorajemos a generosidade que caracteriza os jovens, acompanhando-lhes no processo de se tornarem protagonistas da construção de um mundo melhor: eles são um motor potente para a Igreja e para a sociedade. Eles não precisam só de coisas, precisam sobretudo que lhes sejam propostos aqueles valores imateriais que são o coração espiritual de um povo, a memória de um povo. Neste Santuário, que faz parte da memória do Brasil, podemos quase que apalpá-los: espiritualidade, generosidade, solidariedade, perseverança, fraternidade, alegria; trata-se de valores que encontram a sua raiz mais profunda na fé cristã.

2. A segunda postura: Deixar-se surpreender por Deus. Quem é homem e mulher de esperança – a grande esperança que a fé nos dá – sabe que, mesmo em meio às dificuldades, Deus atua e nos surpreende. A história deste Santuário serve de exemplo: três pescadores, depois de um dia sem conseguir apanhar peixes, nas águas do Rio Parnaíba, encontram algo inesperado: uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe? Deus sempre surpreende, como o vinho novo, no Evangelho que ouvimos. Deus sempre nos reserva o melhor. Mas pede que nos deixemos surpreender pelo seu amor, que acolhamos as suas surpresas. Confiemos em Deus! Longe d’Ele, o vinho da alegria, o vinho da esperança, se esgota. Se nos aproximamos d’Ele, se permanecemos com Ele, aquilo que parece água fria, aquilo que é dificuldade, aquilo que é pecado, se transforma em vinho novo de amizade com Ele.

3. A terceira postura: Viver na alegria. Queridos amigos, se caminhamos na esperança, deixando-nos surpreender pelo vinho novo que Jesus nos oferece, há alegria no nosso coração e não podemos deixar de ser testemunhas dessa alegria. O cristão é alegre, nunca está triste. Deus nos acompanha. Temos uma Mãe que sempre intercede pela vida dos seus filhos, por nós, como a rainha Ester na primeira leitura (cf. Est 5, 3). Jesus nos mostrou que a face de Deus é a de um Pai que nos ama. O pecado e a morte foram derrotados. O cristão não pode ser pessimista! Não pode ter uma cara de quem parece num constante estado de luto. Se estivermos verdadeiramente enamorados de Cristo e sentirmos o quanto Ele nos ama, o nosso coração se “incendiará” de tal alegria que contagiará quem estiver ao nosso lado. Como dizia Bento XVI: «O discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro” (Discurso inaugural da Conferência de Aparecida [13 de maio de 2007]: Insegnamenti III/1 [2007], 861).

Queridos amigos, viemos bater à porta da casa de Maria. Ela abriu-nos, fez-nos entrar e nos aponta o seu Filho. Agora Ela nos pede: «Fazei o que Ele vos disser» (Jo 2,5). Sim, Mãe nossa, nos comprometemos a fazer o que Jesus nos disser! E o faremos com esperança, confiantes nas surpresas de Deus e cheios de alegria. Assim seja.

sábado, 20 de julho de 2013

JMJ




JMJ: «Ide e fazei discípulos entre as nações!» (cf. Mt 28,19)

O Brasil inteiro está a viver intensamente a JMJ. Terça feira próxima começa no Rio de janeiro a JMJ, precedida em todo o Brasil pela Semana Missionária. Da Arquidiocese de Sorocaba se farão presentes mais de 600 jovens devidamente preparados pela participação na Semana Missionária. Amanhã estarei partindo para o Rio onde devo colaborar na Jornada com três catequeses seguidas da celebração eucarística nos dias 24, 25 e 26 de julho respectivamente. O tema central da JMJ “Ide e fazei discípulos entre as nações” será desenvolvido nas catequeses em três sub-temas: a)Sede de esperança, sede de Deus (dia 24); b) ser discípulos de Cristo (dia 25); c) ser missionários: “Ide” (dia 26).
a) “Sede de Esperança, sede de Deus”
A esperança constitui o dinamismo presente na raiz mais profunda de nosso ser. Ela é que nos lança para frente e nos coloca em atitude de busca. O jovem necessita de caminho, de perspectiva, de ideal e de possibilidade de concretizar seus sonhos. A esperança humana revela que o ser humano está em processo, sempre de novo voltado para o amanhã na expectativa de uma plenitude que responda à sua aspiração de ser feliz. Na verdade, essa esperança não pode cair no vazio. Cristo se apresentou como a resposta para a busca fundamental do coração humano quando disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. E mostrou, com pormenores e infinita sabedoria, como fazer o caminho, no sermão da Montanha( Mt 5,6 e 7).
b) “Ser discípulos de Cristo”
Ser discípulo é ter encontrado o caminho deixando-se guiar por Ele. Mais ainda: estabelecendo com Ele um profundo laço de amizade, alimentado na escuta de sua palavra e na participação da mesa de seu corpo e sangue, a Eucaristia. A Fé não é o resultado de um esforço pessoal, fruto do engenho humano. A Fé é encontro, cuja iniciativa parte do próprio Cristo que chama, que nos toca por dentro e solicita nossa resposta. A Fé é dom do Pai que, pelo Espírito Santo, nos revela Jesus como nosso Salvador e como resposta aos nossos mais profundos anseios. Tocados pela graça respondemos com plena liberdade ao chamado e entregamos nossa vida a Deus, aderindo a seu Filho, entrando na aliança com Ele para com Ele caminhar durante toda nossa vida de peregrinos. N’Ele, Cristo, conhecemos o Pai, fazemos a experiência de ser filhos, infinitamente amados, e n’Ele descobrimos nossa dignidade maior e o sentido definitivo de nossa vida. Cristo nos revela o mistério do Pai e de seu amor e nos revela nosso próprio mistério, abrindo-nos a estrada que nos conduz a plenitude da vida (Cf. GS 22). Ele é o Caminho: dá sentido à nossa esperança; Ele é a Verdade: sustentáculo de nossa Fé; Ele é a Vida: fonte inesgotável de amor-caridade. Sobre esse encontro com Cristo nos diz o Documento de Aparecida: “Conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria”(DAp 29).
c)“Ser missionários: Ide”
        «Ai de mim se não anuncio o Evangelho!» (1Cor 9,16). Esta exclamação de São Paulo não é a expressão do medo de ser punido por desobedecer uma ordem imposta de fora. É, sim, a expressão de quem foi colhido por um amor tão grande que não comunicá-lo aos irmãos de humanidade seria uma monstruosidade. Mal comparando: imaginemos alguém que tivesse descoberto a cura do próprio câncer e, indiferente, não comunicasse aos outros tal descoberta. São Paulo entregou-se inteiramente à missão de evangelizar. Não é verdadeiro discípulo aquele que não vive em profunda união com Cristo, enraizando a vida n’Ele e d’Ele dando testemunho, fazendo-o conhecido por palavras e obras. A evangelização brota do amor-caridade, o amor de Deus derramado em nossos corações pelo dom do Espírito Santo. O jovem cristão, discípulo de Jesus, deve ter os mesmos sentimentos de Cristo diante do mundo. O anúncio de Cristo brota da experiência de ter sido salvo, de ter encontrado a resposta para a questão, a mais radical das questões: a questão do sentido da vida. O anúncio nasce da compaixão - aquela mesma que Jesus sentiu quando viu as multidões perdidas como ovelhas sem pastor - diante de uma imensa multidão de jovens que sofrem por não conhecerem o Caminho, por não serem possuídos pela Verdade e por não descortinarem os horizontes da Vida. Os jovens são chamados a serem apóstolos do Evangelho junto aos seus coetâneos: Devem cuidar sobretudo daqueles que sofrem, estão sós ou distantes de Deus. Trata-se de “sair de nós mesmos para levar Jesus às periferias do mundo e da existência”, como recentemente nos alertou o Papa Francisco. Convido a todos os cristãos de nossa Igreja Particular a se unirem ao Santo Padre, o Papa Francisco, e a todos os jovens do mundo, colocando-se em oração nesses dias da JMJ. Que nas paróquias e nas comunidades se façam orações especiais pela JMJ e se incentive, sobretudo os jovens, a acompanharem pelos meios de comunicação católicos os atos da Jornada
Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues
Artigo publicado no Jornal Diário de Sorocaba- 21.07.2013

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Papa Francisco lança sua Encíclica

LUZ DA FÉ:
1. A luz da fé é a expressão com que a tradição da Igreja designou o grande dom trazido por Jesus. Eis como Ele Se nos apresenta, no Evangelho de João: « Eu vim ao mundo como luz, para que todo o que crê em Mim não fique nas trevas » (Jo 12, 46). E São Paulo exprime-se nestes termos: « Porque o Deus que disse: “das trevas brilhe a luz”, foi quem brilhou nos nossos corações » (2 Cor 4, 6). No mundo pagão, com fome de luz, tinha-se desenvolvido o culto do deus Sol, Sol invictus, invocado na sua aurora. Embora o sol renascesse cada dia, facilmente se percebia que era incapaz de irradiar a sua luz sobre toda a existência do homem. De facto, o sol não ilumina toda a realidade, sendo os seus raios incapazes de chegar até às sombras da morte, onde a vista humana se fecha para a sua luz. Aliás « nunca se viu ninguém — afirma o mártir São Justino — pronto a morrer pela sua fé no sol ». Conscientes do amplo horizonte que a fé lhes abria, os cristãos chamaram a Cristo o verdadeiro Sol, « cujos raios dão a vida ».A Marta, em lágrimas pela morte do irmão Lázaro, Jesus diz-lhe: « Eu não te disse que, se acreditares, verás a glória de Deus? » (Jo 11, 40). Quem acredita, vê; vê com uma luz que ilumina todo o percurso da estrada, porque nos vem de Cristo ressuscitado, estrela da manhã que não tem ocaso.


Leia na ìntegra:   

http://fratresinunum.com/2013/07/05/carta-enciclica-lumen-fidei/