sábado, 20 de julho de 2013

JMJ




JMJ: «Ide e fazei discípulos entre as nações!» (cf. Mt 28,19)

O Brasil inteiro está a viver intensamente a JMJ. Terça feira próxima começa no Rio de janeiro a JMJ, precedida em todo o Brasil pela Semana Missionária. Da Arquidiocese de Sorocaba se farão presentes mais de 600 jovens devidamente preparados pela participação na Semana Missionária. Amanhã estarei partindo para o Rio onde devo colaborar na Jornada com três catequeses seguidas da celebração eucarística nos dias 24, 25 e 26 de julho respectivamente. O tema central da JMJ “Ide e fazei discípulos entre as nações” será desenvolvido nas catequeses em três sub-temas: a)Sede de esperança, sede de Deus (dia 24); b) ser discípulos de Cristo (dia 25); c) ser missionários: “Ide” (dia 26).
a) “Sede de Esperança, sede de Deus”
A esperança constitui o dinamismo presente na raiz mais profunda de nosso ser. Ela é que nos lança para frente e nos coloca em atitude de busca. O jovem necessita de caminho, de perspectiva, de ideal e de possibilidade de concretizar seus sonhos. A esperança humana revela que o ser humano está em processo, sempre de novo voltado para o amanhã na expectativa de uma plenitude que responda à sua aspiração de ser feliz. Na verdade, essa esperança não pode cair no vazio. Cristo se apresentou como a resposta para a busca fundamental do coração humano quando disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. E mostrou, com pormenores e infinita sabedoria, como fazer o caminho, no sermão da Montanha( Mt 5,6 e 7).
b) “Ser discípulos de Cristo”
Ser discípulo é ter encontrado o caminho deixando-se guiar por Ele. Mais ainda: estabelecendo com Ele um profundo laço de amizade, alimentado na escuta de sua palavra e na participação da mesa de seu corpo e sangue, a Eucaristia. A Fé não é o resultado de um esforço pessoal, fruto do engenho humano. A Fé é encontro, cuja iniciativa parte do próprio Cristo que chama, que nos toca por dentro e solicita nossa resposta. A Fé é dom do Pai que, pelo Espírito Santo, nos revela Jesus como nosso Salvador e como resposta aos nossos mais profundos anseios. Tocados pela graça respondemos com plena liberdade ao chamado e entregamos nossa vida a Deus, aderindo a seu Filho, entrando na aliança com Ele para com Ele caminhar durante toda nossa vida de peregrinos. N’Ele, Cristo, conhecemos o Pai, fazemos a experiência de ser filhos, infinitamente amados, e n’Ele descobrimos nossa dignidade maior e o sentido definitivo de nossa vida. Cristo nos revela o mistério do Pai e de seu amor e nos revela nosso próprio mistério, abrindo-nos a estrada que nos conduz a plenitude da vida (Cf. GS 22). Ele é o Caminho: dá sentido à nossa esperança; Ele é a Verdade: sustentáculo de nossa Fé; Ele é a Vida: fonte inesgotável de amor-caridade. Sobre esse encontro com Cristo nos diz o Documento de Aparecida: “Conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria”(DAp 29).
c)“Ser missionários: Ide”
        «Ai de mim se não anuncio o Evangelho!» (1Cor 9,16). Esta exclamação de São Paulo não é a expressão do medo de ser punido por desobedecer uma ordem imposta de fora. É, sim, a expressão de quem foi colhido por um amor tão grande que não comunicá-lo aos irmãos de humanidade seria uma monstruosidade. Mal comparando: imaginemos alguém que tivesse descoberto a cura do próprio câncer e, indiferente, não comunicasse aos outros tal descoberta. São Paulo entregou-se inteiramente à missão de evangelizar. Não é verdadeiro discípulo aquele que não vive em profunda união com Cristo, enraizando a vida n’Ele e d’Ele dando testemunho, fazendo-o conhecido por palavras e obras. A evangelização brota do amor-caridade, o amor de Deus derramado em nossos corações pelo dom do Espírito Santo. O jovem cristão, discípulo de Jesus, deve ter os mesmos sentimentos de Cristo diante do mundo. O anúncio de Cristo brota da experiência de ter sido salvo, de ter encontrado a resposta para a questão, a mais radical das questões: a questão do sentido da vida. O anúncio nasce da compaixão - aquela mesma que Jesus sentiu quando viu as multidões perdidas como ovelhas sem pastor - diante de uma imensa multidão de jovens que sofrem por não conhecerem o Caminho, por não serem possuídos pela Verdade e por não descortinarem os horizontes da Vida. Os jovens são chamados a serem apóstolos do Evangelho junto aos seus coetâneos: Devem cuidar sobretudo daqueles que sofrem, estão sós ou distantes de Deus. Trata-se de “sair de nós mesmos para levar Jesus às periferias do mundo e da existência”, como recentemente nos alertou o Papa Francisco. Convido a todos os cristãos de nossa Igreja Particular a se unirem ao Santo Padre, o Papa Francisco, e a todos os jovens do mundo, colocando-se em oração nesses dias da JMJ. Que nas paróquias e nas comunidades se façam orações especiais pela JMJ e se incentive, sobretudo os jovens, a acompanharem pelos meios de comunicação católicos os atos da Jornada
Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues
Artigo publicado no Jornal Diário de Sorocaba- 21.07.2013

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