domingo, 24 de novembro de 2013

Missa de conclusão do Ano da Fé: novos caminhos se abrem para a igreja

Encerramento do Ano da Fé

"Cristo: centro da criação, do povo e da história".

 O Papa encerra o Ano da Fé



O Ano da Fé, convocado por Bento XVI e aberto em 11 de outubro de 2012, cinquenta anos após o Concílio Vaticano II e vinte após o Catecismo da Igreja Católica, chegou ao fim neste domingo, 24, com a missa de encerramento celebrada às 10h30 (locais) por Papa Francisco, na Praça São Pedro.

Os fiéis presentes foram premiados com uma manhã sem chuvas, apesar de fria. A cidade de Roma e todo o centro da Itália têm sido atingidos por mau-tempo há vários dias. Além das dezenas de milhares de fiéis, 1.200 patriarcas e arcebispos das Igrejas católicas de rito e tradição oriental, além de cardeais, bispos e sacerdotes participaram da cerimônia, que teve caráter solene.

Papa Francisco começou sua homilia justamente recordando que neste domingo, em que a Igreja também celebra a solenidade de Cristo Rei do universo, um pensamento cheio de carinho e gratidão deve ser dirigido ao Papa emérito: “Com a iniciativa do Ano da Fé, Bento XVI nos ofereceu a oportunidade de redescobrirmos a beleza do caminho de fé que teve início no dia do nosso Batismo e nos tornou filhos de Deus e irmãos na Igreja”.

Aos representantes das Igrejas Orientais Católicas, Francisco manifestou reconhecimento por confessarem o nome de Cristo com tanta fidelidade, “paga muitas vezes por caro preço”, e idealmente, quis “alcançar todos os cristãos que vivem na Terra Santa, na Síria e em todo o Oriente, a fim de obter para todos o dom da paz e da concórdia”.

“Jesus é o centro da criação”, disse o Papa comentando a segunda leitura. “Assim sendo, a atitude que se requer do crente – se o quer ser de verdade - é reconhecer e aceitar na vida esta centralidade de Jesus Cristo, nos pensamentos, nas palavras e nas obras. Quando se perde este centro, substituindo-o por outra coisa qualquer, disso só derivam danos para o meio ambiente que nos rodeia e para o próprio homem”.

A primeira Leitura, por sua vez, mostrou que além de ser centro da criação, Cristo é centro do povo de Deus. Descendente do rei David, é o «irmão» ao redor do qual se constitui o povo, que cuida do seu povo, de todos nós, a preço da sua vida. “Nele, nós somos um só; unidos a Ele, partilhamos um só caminho, um único destino”, lembrou o Bispo de Roma.

Por fim, Cristo é o centro da história da humanidade e de cada homem: “A Ele podemos referir as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de que está tecida a nossa vida. Quando Jesus está no centro, até os momentos mais sombrios da nossa existência se iluminam: Ele dá-nos esperança, como fez com o bom ladrão no Evangelho deste domingo”.

Lucas narra que enquanto todos os outros menosprezavam Jesus, um homem que errou na vida, mas que estava arrependido, se agarrou a Jesus e lhe suplicou que se lembrasse dele. Jesus pronuncia apenas a palavra do perdão, não a da condenação; e quando o homem encontrou a coragem de pedir o perdão, o Senhor não deixou sem resposta seu pedido.

“A promessa de Jesus ao bom ladrão nos dá uma grande esperança”, garantiu Francisco: “Ela diz que a graça de Deus é sempre mais abundante de quanto pedira a oração. Peçamos ao Senhor que Se lembre de nós, certos de que, pela sua misericórdia, poderemos partilhar a sua glória no Paraíso”, concluiu o Papa.

Por decisão do Papa, antes do início da missa conclusiva do Ano da Fé, foi efetuada na Praça São Pedro uma coleta a ser destinada à população das Filipinas, recentemente atingida por uma grave calamidade natural.


Texto proveniente da páginahttp://pt.radiovaticana.va/news/2013/11/24/cristo:_centro_da_criação,_do_povo_e_da_história._o_papa_encerra_o/bra-749537
do site da Rádio Vaticano 

domingo, 13 de outubro de 2013

Palavras do Papa Francisco

Praça de São Pedro

Sábado, 12 de Outubro de 2013
Amados irmãos e irmãs,
Este encontro do Ano da Fé é dedicado a Maria, Mãe de Cristo e da Igreja, nossa Mãe. A sua imagem, vinda de Fátima, ajuda-nos a sentir a sua presença no meio de nós. Há uma realidade: Maria leva-nos sempre a Jesus. É uma mulher de fé, uma verdadeira crente. Podemos nos perguntar: como foi a fé de Maria?
1. O primeiro elemento da sua fé é este: a fé de Maria desata o nó do pecado (cf. Cons. Ecum. Vat. II, Cost. Dogm. Lumen gentium, 56). Que significa isto? Os Padres conciliares retomaram uma expressão de Santo Ireneu, que diz: «O nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria; aquilo que a virgem Eva atara com a sua incredulidade, desatou-o a virgem Maria com a sua fé» (Adversus Haereses III, 22, 4).
Ei-lo, o «nó» da desobediência, o "nó" da incredulidade. Poderíamos dizer, quando uma criança desobedece à mãe ou ao pai, que se forma um pequeno «nó». Isto sucede, se a criança se dá conta do faz, especialmente se há pelo meio uma mentira; naquele momento, não se fia da mãe e do pai. Sabeis que isto acontece tantas vezes! Então a relação com os pais precisa de ser limpa desta falta e, de facto, pede-se desculpa para que haja de novo harmonia e confiança. Algo parecido acontece no nosso relacionamento com Deus. Quando não O escutamos, não seguimos a sua vontade e realizamos acções concretas em que demonstramos falta de confiança n'Ele – isto é o pecado –, forma-se uma espécie de nó dentro de nós. E estes nós tiram-nos a paz e a serenidade. São perigosos, porque de vários nós pode resultar um emaranhado, que se vai tornando cada vez mais penoso e difícil de desatar.
Mas, para a misericórdia de Deus – sabemos bem-, nada é impossível! Mesmo os nós mais complicados desatam-se com a sua graça. E Maria, que, com o seu «sim», abriu a porta a Deus para desatar o nó da desobediência antiga, é a mãe que, com paciência e ternura, nos leva a Deus, para que Ele desate os nós da nossa alma com a sua misericórdia de Pai. Cada um possui alguns destes nós, e podemos interrogar-nos dentro do nosso coração: Quais são os nós que existem na minha vida? "Padre, os meus nós não podem ser desatados"! Não, isto está errado! Todos os nós do coração, todos os nós da consciência podem ser desatados. Para mudar, para desatar os nós, peço a Maria que me ajude a ter confiança na misericórdia de Deus? Ela, mulher de fé, certamente nos dirá: "Segue adiante, vai até ao Senhor: Ele te entende". E Ela nos leva pela mão, Mãe, até ao abraço do Pai, do Pai da misericórdia.
2. Segundo elemento: a fé de Maria dá carne humana a Jesus. Diz o Concílio: «Acreditando e obedecendo, gerou na terra, sem ter conhecido varão, por obra e graça do Espírito Santo, o Filho do eterno Pai» (Cost. Dogm. Lumen gentium, 63). Este é um ponto em que os Padres da Igreja insistiram muito: Maria primeiro concebeu Jesus na fé e, depois, na carne, quando disse «sim» ao anúncio que Deus lhe dirigiu através do Anjo. Que significa isto? Significa que Deus não quis fazer-Se homem, ignorando a nossa liberdade, mas quis passar através do livre consentimento de Maria, através do seu «sim». Deus pediu: "Estás disposta a fazer isto"? E Ela disse: "Sim".
Entretanto aquilo que acontec eu de uma forma única na Virgem Mãe, sucede a nível espiritual também em nós, quando acolhemos a Palavra de Deus com um coração bom e sincero, e a pomos em prática. É como se Deus tomasse carne em nós: Ele vem habitar em nós, porque faz morada naqueles que O amam e observam a sua Palavra. Não é fácil entender isto, mas, sim é fácil senti-lo no coração.
Pensamos que a encarnação de Jesus é um facto apenas do passado, que não nos toca pessoalmente? Crer em Jesus significa oferecer-Lhe a nossa carne, com a humildade e a coragem de Maria, para que Ele possa continuar a habitar no meio dos homens; significa oferecer-Lhe as nossas mãos, para acariciar os pequeninos e os pobres; os nossos pés, para ir ao encontro dos irmãos; os nossos braços, para sustentar quem é fraco e trabalhar na vinha do Senhor; a nossa mente, para pensar e fazer projectos à luz do Evangelho; e sobretudo o nosso coração, para amar e tomar decisões de acordo com a vontade de Deus. Tudo isto acontece graças à acção do Espírito Santo. E assim, somos os instrumentos de Deus para que Jesus possa actuar no mundo por meio de nós.
3. E o último elemento é a fé de Maria como caminho: o Concílio afirma que Maria «avançou pelo caminho da fé» (ibid., 58). Por isso, Ela nos precede neste caminho, nos acompanha, nos sustenta.
Em que sentido a fé de Maria foi um caminho? No sentido de que toda a sua vida foi seguir o seu Filho: Ele - Jesus - é a estrada, Ele é o caminho! Progredir na fé, avançar nesta peregrinação espiritual que é a fé, não é senão seguir a Jesus; ouvi-Lo e deixar-se guiar pelas suas palavras; ver como Ele se comporta e pôr os pés nas suas pegadas, ter os próprios sentimentos e atitudes d'Ele. E quais são os sentimentos e as atitudes de Jesus? Humildade, misericórdia, solidariedade, mas também firme repulsa da hipocrisia, do fingimento, da idolatria. O caminho de Jesus é o do amor fiel até ao fim, até ao sacrifício da vida: é o caminho da cruz. Por isso, o caminho da fé passa através da cruz, e Maria compreendeu-o desde o princípio, quando Herodes queria matar Jesus recém-nascido. Mas, depois, esta cruz tornou-se mais profunda, quando Jesus foi rejeitado: Maria estava sempre com Jesus, seguia Jesus no meio do povo, escutava as fofocas, o ódio daqueles que não queriam bem ao Senhor. E, esta Cruz, Ela a levou! Então a fé de Maria enfrentou a incompreensão e o desprezo. Quando chegou a «hora» de Jesus, ou seja, a hora da paixão: então a fé de Maria foi a chamazinha na noite: aquela chamazinha no meio da noite. Na noite de Sábado Santo, Maria esteve de vigia. A sua chamazinha, pequena mas clara, esteve acesa até ao alvorecer da Ressurreição; e quando lhe chegou a notícia de que o sepulcro estava vazio, no seu coração alastrou-se a alegria da fé, a fé cristã na morte e ressurreição de Jesus Cristo. Porque a fé sempre nos traz alegria, e Ela é a Mãe da alegria: que Ela nos ensine a caminhar por esta estrada da alegria e viver esta alegria! Este é o ponto culminante – esta alegria, este encontro entre Jesus e Maria – imaginemos como foi…Este encontro é o ponto culminante do caminho da fé de Maria e de toda a Igreja. Como está a nossa fé? Temo-la, como Maria, acesa mesmo nos momentos difíceis, de escuridão? Senti a alegria da fé?
Esta noite, Mãe, nós Te agradecemos pela tua fé, de mulher forte e humilde; renovamos a nossa entrega a Ti, Mãe da nossa fé. Amém.

sábado, 27 de julho de 2013

A Via Sacra na JMJ


O grão de trigo caído na terra, ressuscita no coração dos jovens de todas as nações.O Cristo que morreu, morreu por nós. Sua ressurreição é nossa vida.
Linda Via Sacra.
Nossas dores, Ele as carrega conosco e nos pede para ajudar os que sofrem, pois é Ele que sofre neles. O Papa Francisco ao final nos mostra os males que nós fazemos uns aos outros, denunciando os principais pecados de nossa sociedade. Francisco nos mostra que não estamos sozinhos: Cristo caminha conosco. Cristo nos convida a sair de nós mesmos e a estender a mão aos outros. Quem queremos ser? Pilatos? Cirineu? Maria? Jesus nos pergunta: quereis ajudar-me a levar a Cruz? Cristo nos acompanha, perdoa e nos chama para levar aos outros esse mesmo amor. Por fim, com o Pai Nosso, a oração que é a perfeita síntese do ensinamento de Jesus e com a bênção do Papa Francisco encerrou-se o belíssimo ato da Via Sacra.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Dom Eduardo.

eis os videos de cada estação:

1ª Estação - Jesus é condenado à morte -http://youtu.be/hE7TqKAAze4

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! Fui atraído
pelo teu divino Coração. Venho das fronteiras do
mundo. Sou missionário e encontro no meu caminho
muitos jovens inocentes que todos os dias são condenados
a morte pela pobreza, pela violência e por todo
tipo de consequências do pecado que nos machuca
desde as origens da humanidade. Quero seguir teus
passos na certeza de que tudo posso n'Aquele que
me fortalece e se Deus é por nós, quem será contra nós?


2ª Estação - Jesus toma a cruz aos ombros -http://youtu.be/_Z7aqth7FM0

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! Fui convertido
pelo teu divino Coração. Tomaste sobre os
ombros minhas dores e misérias. Era
minha a cruz que te feriu. Quero completar o teu
sacrifício em minha vida, deixando-me tocar por tão
grande amor e dando testemunho com as palavras e
com o exemplo ali onde o mundo precisa. Levarei
para sempre a tua cruz no meu peito e as tuas palavras
no meu coração. Quero ser instrumento deste amor
que nunca se cansa de amar.

3ª Estação - Jesus cai pela primeira vez -http://youtu.be/JMJsojpW4wo

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! Nas
quedas sou animado pelo teu humilde Coração. Sou
voluntário numa comunidade de recuperação de jovens
que caíram na dependência química. Sao vítimas
de um comércio violento e cruel. São desfigurados e
correm o risco de permanecer no chão. Vejo teu rosto
na face de cada um deles. Ensina-me a ser como o
bom samaritano que, para além dos discursos, tem
coragem de levantar quem está caído a beira do caminho
e cuidar de suas feridas.
Neste gesto de solidariedade salutar, ensina-me que
somente em ti encontraremos a total transfiguração.

4ª Estação - Jesus encontra sua Mãe - http://youtu.be/3sMWQ-_MVTM

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! Contemplo
a profunda comunhão de amor entre o teu Coração
e o coração de tua mãe. É uma comunhão redentora! Aquela troca silenciosa de olhares no caminho da cruz fala mais do que qualquer discurso ou palavra. A
dor do filho é realmente a dor da mãe. Isto me faz pensar nas lutas em favor da vida da sua concepção até o seu fim natural. Nós mulheres temos uma vocação
muito forte para defender tudo o que vive. Não podemos aceitar a violência de quem se acha no direito de interromper uma vida indefesa. Queremos proclamar
com tua mãe: O Senhor fez em mim grandes coisas. Derruba do trono os arrogantes e eleva os humildes. Manifesta a força de seu braço e nos sustenta
nos caminhos da nova evangelização.

5ª Estação - Simão Cirineu ajuda Jesus a carregar a Cruz -http://youtu.be/ppiLkSAVUqM

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui!Fui chamado
pelo teu divino Coração. Sou um jovem vocacionado
a caminho do sacerdocio. O teu apelo ressoa
muito forte no meu interior: Quem quiser ser meu
discípulo, tome sua cruz e siga-me!Mas nem sempre
compreendo que a luz passa pela cruz. Ao carregar
um pouco do teu fardo quero aprender os caminhos
da configuração a ti. Que um dia eu possa dizer: eu
vivo, mas não sou eu que vivo é Cristo que vive
em mim. Faz de mim um ministro
transparente. Livra-me da tentação dos primeiros
lugares e ensina-me a ser um bom pastor, que dá a
vida para congregar teu povo na unidade.

6ª Estação - Verônica enxuga o rosto de Jesus -http://youtu.be/Bl3-Iu0i1Lg

Não posso me calar quando encontro nas
vias-sacras da vida tantas vítimas de uma cultura de
morte: mulheres prostituídas e famílias na miséria,
enfermos sem atendimento e idosos desprezados, migrantes
sem terra e jovens desempregados, pessoas
excluídas da cultura digital e minorias tratadas com
preconceito... a lista e grande, meu Senhor. Ao enxugar
as lagrimas, o suor e o sangue do rosto destes
irmãos e irmas vejo maravilhada que a tua face
fica estampada no lenço da minha solidariedade. Ensina-me a sempre unir mística
e militância, fé e vida, céu e terra, porque o Pai e nosso
e somos irmãos, mas o pão também e nosso e somos
cristãos, ou seja, gente que acredita no milagre de
repartir.

7ª Estação - Jesus cai pela segunda vez -http://youtu.be/eAYABqvy6Uw

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-nos aqui! Encontramos
em teu Coração a nossa morada. Desde que
começamos a namorar ensaiamos o jeito certo de
construir uma família que tem papel fundamental
na transmissão da fé e da vida. Contemplando a tua
paixão entendemos que tudo isso foi por amor. Aprendemos,
porém, que as nossas paixões não são um
fundamento seguro. So constrói sobre a rocha, quem
edifica no amor. Dá-nos a sabedoria
de começar a construção pelos fundamentos e não
pelo telhado. Ensina-nos que cada escolha exige renúncias.
Se cairmos, Senhor, seja sempre avançando
e nunca desistindo. Mesmo nas quedas, não permita
que nos afastemos de ti.


8ª Estação - Jesus consola as mulheres de Jerusalém -http://youtu.be/W_DKlxH5PNs

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! No teu
Coração tão humano aprendi o valor salvífico do
sofrimento e da dor. Completo na minha carne o
que falta aos teus sofrimentos pelo teu Corpo, que
e a Igreja. Não posso esquecer que a
redenção se realizou pela tua cruz, ou seja, pelo teu
sacrifício. Isto me ensina que a dor faz parte da condição
humana e tocada inteiramente pelo teu amor
que salva. Isto não me leva a uma resignação alienada,
mas me faz consciente de que algumas dores são oportunidades
para me unir a tua cruz. É um mistério que
apenas quem sofre unido a tipo de discernir na medida
certa. Ensina-me que na hora da dor melhor do que
falar sobre Deus e falar com Deus. A prece consola
mais que a explicação.

9ª Estação - Jesus cai pela terceira vez -http://youtu.be/kxgqXMfmvtM

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! No teu
Coração de mestre encontrei a Verdade. Venho do
mundo dos estudos. Eles fazem parte da minha missão
neste momento. O conhecimento e a ciência me encantam,
mas muitas vezes me seduzem e até induzem
a imaginar que não preciso de ti. Mas meu coração
tem sede de um amor e de uma verdade que superam
os amores e as verdades desta terra. Apenas na tua
Verdade encontro a sabedoria eterna. E neste tesouro
encontro as forças para não mais cair. Apenas quem
encontra a Verdade, para além dos limites do corpo,
fica verdadeiramente de pé.

10ª Estação - Jesus é despojado de suas vestes -http://youtu.be/XI_VHCUI12c

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! Teu
Coração me ensina tantas maneiras de promover a
comunhão. Faço parte desta geração que nasceu
conectada por meio da Internet. Sei que as redes sociais
são uma possibilidade para construir relações
verdadeiras, mas exigem muita atenção para não ficar
refém das forças de dispersão que despojam a juventude
de sua identidade. A manipulação da inteligência
é uma delas. Isto nos pode levar a alienação dos
direitos religiosos, sociais e ate políticos. Olhando para
o teu despojamento total no caminho da cruz eu
peço em nome de minha geração: que a tua graça
nos ensine os caminhos para evangelizar o continente
digital e nos deixe atentos a possível dependência
ou confusão entre o real e o virtual, correndo o risco
de dispensar o encontro com as pessoas por contatos
na rede.

11ª Estação - Jesus é pregado na cruz -http://youtu.be/qDVgQUuuQYE

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! No teu
divino Coração encontrei a verdadeira liberdade.
Estou consciente daquilo que disse João Paulo II: a
pior das prisões é um coração fechado. Milhões de
jovens estão presos cumprindo pena por um erro
cometido. Teu olhar de perdão no alto da cruz me
faz pensar que é possível mudar de vida. Ensina-me
que a tua cruz uniu a terra e o céu e os teus braços
abertos acolhem a todos, ate quem está na prisão. E bom saber que amas não apenas quem é justo e santo, mas também o pecador. Obrigado, Senhor, pela tua imensa compaixão!

12ª Estação - Jesus morre na cruz -http://youtu.be/XHLWo9CYS8Q

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! Em teu
Coração encontrei a vida e a vida em plenitude. Conheces
bem os limites de minha condição física. Vivo
um tempo difícil de purificação. A doença é a minha
cruz. Aceita-me unido a ti neste momento. A certeza
de que estas comigo faz cada minuto valer a pena.
Gostaria de viver muitos anos, mas o que é isso diante
da eternidade? Então, Senhor, fortalece em mim a fé,
a esperança e a caridade. E que eu escute de tua boca
a frase que consolou tantos doentes e sofredores: Tua
fé te salvou, vai em paz!

13ª Estação - Jesus é descido da cruz -http://youtu.be/vlumAoBjRzY

Senhor Jesus, Cristo Redentor, eis-me aqui! É maravilhoso
escutar as lições do teu divino Coração.
Passo os dias no silêncio de sons e palavras. Não consigo
ouvir com os ouvidos, mas escuto tua voz em
meu coração. Ao ver-te descido da cruz, repousar no
colo piedoso de tua querida mãe, sinto que todos os
discursos são insuficientes e uma única palavra já
é demais. Existem momentos em que o silêncio e a
contemplação falam muito mais. Ensina-me a descrucificar
os meus irmãos. Que o meu testemunho seja
um silencioso grito de amor e de solidariedade.

14ª Estação - Jesus é sepultado - http://youtu.be/xtfqiVpaQLQ

Senhor Jesus, Cristo Redentor, aqui estamos, envia-nos!
Queremos ser um só coração e
uma só alma. Iremos a todas as nações da terra para
dar testemunho de que encontramos o verdadeiro
caminho para a vida. A semente de tua Palavra caiu
em nossos continentes. Não ficará sepultada na terra.
Ensina-nos a cultiva-lá para que nasçamos frutos de
uma nova evangelização.

Papa Reza o Pai Nosso e abençoa os fiéis -
http://youtu.be/duW-7wGsJ64

Queremos ser um só coração e uma só alma -http://youtu.be/FxO5o8wqUfs

Mensagem do Papa Francisco na Via Sacra -http://youtu.be/KmqJd9IG

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Homilia do Papa Francisco

Missa - Santuário de Nossa Senhora Aparecida 
 24.07.2013




Queridos irmãos e irmãs!


Quanta alegria me dá vir à casa da Mãe de cada brasileiro, o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. No dia seguinte à minha eleição como Bispo de Roma fui visitar a Basílica de Santa Maria Maior, para confiar a Nossa Senhora o meu ministério de Sucessor de Pedro. Hoje, eu quis vir aqui para suplicar à Maria, nossa Mãe, o bom êxito da Jornada Mundial da Juventude e colocar aos seus pés a vida do povo latino-americano.

Queria dizer-lhes, primeiramente, uma coisa. Neste Santuário, seis anos atrás, quando aqui se realizou a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, pude dar-me conta pessoalmente de um fato belíssimo: ver como os Bispos – que trabalharam sobre o tema do encontro com Cristo, discipulado e missão – eram animados, acompanhados e, em certo sentido, inspirados pelos milhares de peregrinos que vinham diariamente confiar a sua vida a Nossa Senhora: aquela Conferência foi um grande momento de vida de Igreja. E, de fato, pode-se dizer que o Documento de Aparecida nasceu justamente deste encontro entre os trabalhos dos Pastores e a fé simples dos romeiros, sob a proteção maternal de Maria. A Igreja, quando busca Cristo, bate sempre à casa da Mãe e pede: “Mostrai-nos Jesus”. É de Maria que se aprende o verdadeiro discipulado. E, por isso, a Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria.

Assim, de cara à Jornada Mundial da Juventude que me trouxe até o Brasil, também eu venho hoje bater à porta da casa de Maria, que amou e educou Jesus, para que ajude a todos nós, os Pastores do Povo de Deus, aos pais e aos educadores, a transmitir aos nossos jovens os valores que farão deles construtores de um País e de um mundo mais justo, solidário e fraterno. Para tal, gostaria de chamar à atenção para três simples posturas: Conservar a esperança; deixar-se surpreender por Deus; viver na alegria.

1. Conservar a esperança. A segunda leitura da Missa apresenta uma cena dramática: uma mulher – figura de Maria e da Igreja – sendo perseguida por um Dragão – o diabo - que quer lhe devorar o filho. A cena, porém, não é de morte, mas de vida, porque Deus intervém e coloca o filho a salvo (cfr. Ap 12,13a.15-16a). Quantas dificuldades na vida de cada um, no nosso povo, nas nossas comunidades, mas, por maiores que possam parecer, Deus nunca deixa que sejamos submergidos.

Frente ao desânimo que poderia aparecer na vida, em quem trabalha na evangelização ou em quem se esforça por viver a fé como pai e mãe de família, quero dizer com força: Tenham sempre no coração esta certeza! Deus caminha a seu lado, nunca lhes deixa desamparados! Nunca percamos a esperança! Nunca deixemos que ela se apague nos nossos corações! O “dragão”, o mal, faz-se presente na nossa história, mas ele não é o mais forte. Deus é o mais forte, e Deus é a nossa esperança! É verdade que hoje, mais ou menos todas as pessoas, e também os nossos jovens, experimentam o fascínio de tantos ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar esperança: o dinheiro, o poder, o sucesso, o prazer.

Frequentemente, uma sensação de solidão e de vazio entra no coração de muitos e conduz à busca de compensações, destes ídolos passageiros. Queridos irmãos e irmãs, sejamos luzeiros de esperança! Tenhamos uma visão positiva sobre a realidade.

Encorajemos a generosidade que caracteriza os jovens, acompanhando-lhes no processo de se tornarem protagonistas da construção de um mundo melhor: eles são um motor potente para a Igreja e para a sociedade. Eles não precisam só de coisas, precisam sobretudo que lhes sejam propostos aqueles valores imateriais que são o coração espiritual de um povo, a memória de um povo. Neste Santuário, que faz parte da memória do Brasil, podemos quase que apalpá-los: espiritualidade, generosidade, solidariedade, perseverança, fraternidade, alegria; trata-se de valores que encontram a sua raiz mais profunda na fé cristã.

2. A segunda postura: Deixar-se surpreender por Deus. Quem é homem e mulher de esperança – a grande esperança que a fé nos dá – sabe que, mesmo em meio às dificuldades, Deus atua e nos surpreende. A história deste Santuário serve de exemplo: três pescadores, depois de um dia sem conseguir apanhar peixes, nas águas do Rio Parnaíba, encontram algo inesperado: uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe? Deus sempre surpreende, como o vinho novo, no Evangelho que ouvimos. Deus sempre nos reserva o melhor. Mas pede que nos deixemos surpreender pelo seu amor, que acolhamos as suas surpresas. Confiemos em Deus! Longe d’Ele, o vinho da alegria, o vinho da esperança, se esgota. Se nos aproximamos d’Ele, se permanecemos com Ele, aquilo que parece água fria, aquilo que é dificuldade, aquilo que é pecado, se transforma em vinho novo de amizade com Ele.

3. A terceira postura: Viver na alegria. Queridos amigos, se caminhamos na esperança, deixando-nos surpreender pelo vinho novo que Jesus nos oferece, há alegria no nosso coração e não podemos deixar de ser testemunhas dessa alegria. O cristão é alegre, nunca está triste. Deus nos acompanha. Temos uma Mãe que sempre intercede pela vida dos seus filhos, por nós, como a rainha Ester na primeira leitura (cf. Est 5, 3). Jesus nos mostrou que a face de Deus é a de um Pai que nos ama. O pecado e a morte foram derrotados. O cristão não pode ser pessimista! Não pode ter uma cara de quem parece num constante estado de luto. Se estivermos verdadeiramente enamorados de Cristo e sentirmos o quanto Ele nos ama, o nosso coração se “incendiará” de tal alegria que contagiará quem estiver ao nosso lado. Como dizia Bento XVI: «O discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro” (Discurso inaugural da Conferência de Aparecida [13 de maio de 2007]: Insegnamenti III/1 [2007], 861).

Queridos amigos, viemos bater à porta da casa de Maria. Ela abriu-nos, fez-nos entrar e nos aponta o seu Filho. Agora Ela nos pede: «Fazei o que Ele vos disser» (Jo 2,5). Sim, Mãe nossa, nos comprometemos a fazer o que Jesus nos disser! E o faremos com esperança, confiantes nas surpresas de Deus e cheios de alegria. Assim seja.

sábado, 20 de julho de 2013

JMJ




JMJ: «Ide e fazei discípulos entre as nações!» (cf. Mt 28,19)

O Brasil inteiro está a viver intensamente a JMJ. Terça feira próxima começa no Rio de janeiro a JMJ, precedida em todo o Brasil pela Semana Missionária. Da Arquidiocese de Sorocaba se farão presentes mais de 600 jovens devidamente preparados pela participação na Semana Missionária. Amanhã estarei partindo para o Rio onde devo colaborar na Jornada com três catequeses seguidas da celebração eucarística nos dias 24, 25 e 26 de julho respectivamente. O tema central da JMJ “Ide e fazei discípulos entre as nações” será desenvolvido nas catequeses em três sub-temas: a)Sede de esperança, sede de Deus (dia 24); b) ser discípulos de Cristo (dia 25); c) ser missionários: “Ide” (dia 26).
a) “Sede de Esperança, sede de Deus”
A esperança constitui o dinamismo presente na raiz mais profunda de nosso ser. Ela é que nos lança para frente e nos coloca em atitude de busca. O jovem necessita de caminho, de perspectiva, de ideal e de possibilidade de concretizar seus sonhos. A esperança humana revela que o ser humano está em processo, sempre de novo voltado para o amanhã na expectativa de uma plenitude que responda à sua aspiração de ser feliz. Na verdade, essa esperança não pode cair no vazio. Cristo se apresentou como a resposta para a busca fundamental do coração humano quando disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. E mostrou, com pormenores e infinita sabedoria, como fazer o caminho, no sermão da Montanha( Mt 5,6 e 7).
b) “Ser discípulos de Cristo”
Ser discípulo é ter encontrado o caminho deixando-se guiar por Ele. Mais ainda: estabelecendo com Ele um profundo laço de amizade, alimentado na escuta de sua palavra e na participação da mesa de seu corpo e sangue, a Eucaristia. A Fé não é o resultado de um esforço pessoal, fruto do engenho humano. A Fé é encontro, cuja iniciativa parte do próprio Cristo que chama, que nos toca por dentro e solicita nossa resposta. A Fé é dom do Pai que, pelo Espírito Santo, nos revela Jesus como nosso Salvador e como resposta aos nossos mais profundos anseios. Tocados pela graça respondemos com plena liberdade ao chamado e entregamos nossa vida a Deus, aderindo a seu Filho, entrando na aliança com Ele para com Ele caminhar durante toda nossa vida de peregrinos. N’Ele, Cristo, conhecemos o Pai, fazemos a experiência de ser filhos, infinitamente amados, e n’Ele descobrimos nossa dignidade maior e o sentido definitivo de nossa vida. Cristo nos revela o mistério do Pai e de seu amor e nos revela nosso próprio mistério, abrindo-nos a estrada que nos conduz a plenitude da vida (Cf. GS 22). Ele é o Caminho: dá sentido à nossa esperança; Ele é a Verdade: sustentáculo de nossa Fé; Ele é a Vida: fonte inesgotável de amor-caridade. Sobre esse encontro com Cristo nos diz o Documento de Aparecida: “Conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria”(DAp 29).
c)“Ser missionários: Ide”
        «Ai de mim se não anuncio o Evangelho!» (1Cor 9,16). Esta exclamação de São Paulo não é a expressão do medo de ser punido por desobedecer uma ordem imposta de fora. É, sim, a expressão de quem foi colhido por um amor tão grande que não comunicá-lo aos irmãos de humanidade seria uma monstruosidade. Mal comparando: imaginemos alguém que tivesse descoberto a cura do próprio câncer e, indiferente, não comunicasse aos outros tal descoberta. São Paulo entregou-se inteiramente à missão de evangelizar. Não é verdadeiro discípulo aquele que não vive em profunda união com Cristo, enraizando a vida n’Ele e d’Ele dando testemunho, fazendo-o conhecido por palavras e obras. A evangelização brota do amor-caridade, o amor de Deus derramado em nossos corações pelo dom do Espírito Santo. O jovem cristão, discípulo de Jesus, deve ter os mesmos sentimentos de Cristo diante do mundo. O anúncio de Cristo brota da experiência de ter sido salvo, de ter encontrado a resposta para a questão, a mais radical das questões: a questão do sentido da vida. O anúncio nasce da compaixão - aquela mesma que Jesus sentiu quando viu as multidões perdidas como ovelhas sem pastor - diante de uma imensa multidão de jovens que sofrem por não conhecerem o Caminho, por não serem possuídos pela Verdade e por não descortinarem os horizontes da Vida. Os jovens são chamados a serem apóstolos do Evangelho junto aos seus coetâneos: Devem cuidar sobretudo daqueles que sofrem, estão sós ou distantes de Deus. Trata-se de “sair de nós mesmos para levar Jesus às periferias do mundo e da existência”, como recentemente nos alertou o Papa Francisco. Convido a todos os cristãos de nossa Igreja Particular a se unirem ao Santo Padre, o Papa Francisco, e a todos os jovens do mundo, colocando-se em oração nesses dias da JMJ. Que nas paróquias e nas comunidades se façam orações especiais pela JMJ e se incentive, sobretudo os jovens, a acompanharem pelos meios de comunicação católicos os atos da Jornada
Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues
Artigo publicado no Jornal Diário de Sorocaba- 21.07.2013

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Papa Francisco lança sua Encíclica

LUZ DA FÉ:
1. A luz da fé é a expressão com que a tradição da Igreja designou o grande dom trazido por Jesus. Eis como Ele Se nos apresenta, no Evangelho de João: « Eu vim ao mundo como luz, para que todo o que crê em Mim não fique nas trevas » (Jo 12, 46). E São Paulo exprime-se nestes termos: « Porque o Deus que disse: “das trevas brilhe a luz”, foi quem brilhou nos nossos corações » (2 Cor 4, 6). No mundo pagão, com fome de luz, tinha-se desenvolvido o culto do deus Sol, Sol invictus, invocado na sua aurora. Embora o sol renascesse cada dia, facilmente se percebia que era incapaz de irradiar a sua luz sobre toda a existência do homem. De facto, o sol não ilumina toda a realidade, sendo os seus raios incapazes de chegar até às sombras da morte, onde a vista humana se fecha para a sua luz. Aliás « nunca se viu ninguém — afirma o mártir São Justino — pronto a morrer pela sua fé no sol ». Conscientes do amplo horizonte que a fé lhes abria, os cristãos chamaram a Cristo o verdadeiro Sol, « cujos raios dão a vida ».A Marta, em lágrimas pela morte do irmão Lázaro, Jesus diz-lhe: « Eu não te disse que, se acreditares, verás a glória de Deus? » (Jo 11, 40). Quem acredita, vê; vê com uma luz que ilumina todo o percurso da estrada, porque nos vem de Cristo ressuscitado, estrela da manhã que não tem ocaso.


Leia na ìntegra:   

http://fratresinunum.com/2013/07/05/carta-enciclica-lumen-fidei/

sábado, 22 de junho de 2013

CNBB e novos desafios





Estivemos reunidos os bispos que compõem o Conselho Permanente da CNBB nos dias 19,20 e 21 deste mês de junho. O Conselho Permanente é constituído por bispos de todos os Regionais da CNBB, desde o Estado de Amazonas até o Rio Grande do sul.  A reunião transcorreu em clima de oração tendo como objeto de reflexão temas relativos à vida interna da Igreja e à sua missão dentro da sociedade. Dentre as questões relativas à vida interna da Igreja mereceu especial destaque a escolha do tema central da Assembleia da CNBB do próximo ano. Depois de muitas ponderações decidimos que devemos concluir a reflexão do mesmo tema deste ano: “Comunidade de comunidades: uma nova Paróquia”. Há em quase todas as dioceses um grande empenho em estudar o documento – instrumento de trabalho – publicado pela CNBB com o objetivo de oferecer sugestões para serem debatidas na assembléia do próximo ano. A missão dos fieis leigos na Igreja e no mundo deve ser objeto também de especial consideração da próxima assembléia devendo possivelmente, na assembléia de 2015, ser o tema central. Outras questões especificamente eclesiais: Jornada Mundial da Juventude, Diretório de Comunicação, Caritas brasileira, relatórios das atividades dos Regionais da CNBB.

                Dos temas relativos à vida da sociedade refletimos sobre várias questões: as manifestações de rua da juventude, a necessidade da criação de Associações de Famílias, Reforma Política, Código Penal, Conselho Nacional de Religiões no Brasil, conflito entre indígenas e proprietários de terra no Mato Grosso do Sul e coleta de assinaturas para a campanha “Saúde+10”. Sobre a Campanha “Saúde+10” até agora já foram auditadas 659 assinaturas colhidas pela CNBB e já foram coletadas pela Igreja e outras entidades mais 700 mil assinaturas não auditadas.

            As manifestações de rua nos últimos dias mereceram cuidadosa reflexão de nossa parte traduzida em nota da Presidência da CNBB publicada em seu Site no dia 21. Segue a nota, sob o título: “Ouvir o clamor que vem das ruas”

“Nós, bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, reunidos em Brasília de 19 a 21 de junho, declaramos nossa solidariedade e apoio às manifestações, desde que pacíficas, que têm levado às ruas gente de todas as idades, sobretudo os jovens. Trata-se de um fenômeno que envolve o povo brasileiro e o desperta para uma nova consciência. Requerem atenção e discernimento a fim de que se identifiquem seus valores e limites, sempre em vista à construção da sociedade justa e fraterna que almejamos.Nascidas de maneira livre e espontânea a partir das redes sociais, as mobilizações questionam a todos nós e atestam que não é possível mais viver num país com tanta desigualdade. Sustentam-se na justa e necessária reivindicação de políticas públicas para todos. Gritam contra a corrupção, a impunidade e a falta de transparência na gestão pública. Denunciam a violência contra a juventude. São, ao mesmo tempo, testemunho de que a solução dos problemas por que passa o povo brasileiro só será possível com participação de todos. Fazem, assim, renascer a esperança quando gritam: “O Gigante acordou!”Numa sociedade em que as pessoas têm o seu direito negado sobre a condução da própria vida, a presença do povo nas ruas testemunha que é na prática de valores como a solidariedade e o serviço gratuito ao outro que encontramos o sentido do existir. A indiferença e o conformismo levam as pessoas, especialmente os jovens, a desistirem da vida e se constituem em obstáculo à transformação das estruturas que ferem de morte a dignidade humana. As manifestações destes dias mostram que os brasileiros não estão dormindo em “berço esplêndido”.O direito democrático a manifestações como estas deve ser sempre garantido pelo Estado. De todos espera-se o respeito à paz e à ordem. Nada justifica a violência, a destruição do patrimônio público e privado, o desrespeito e a agressão a pessoas e instituições, o cerceamento à liberdade de ir e vir, de pensar e agir diferente, que devem ser repudiados com veemência. Quando isso ocorre, negam-se os valores inerentes às manifestações, instalando-se uma incoerência corrosiva que leva ao descrédito. Sejam estas manifestações fortalecimento da participação popular nos destinos de nosso país e prenúncio de novos tempos para todos. Que o clamor do povo seja ouvido! Sobre todos invocamos a proteção de Nossa Senhora Aparecida e a bênção de Deus, que é justo e santo”.
Sobre a Reforma Política, cuja urgência urgentíssima se tornou agora ainda mais evidente, houve um consenso de que o primeiro passo - proposta do Movimento pró-reforma - será o financiamento público exclusivo de campanhas, que deverá ser acompanhado de outras medidas necessárias para uma Reforma Política à altura do clamor vindo das ruas.
Outras informações o leitor poderá obter na seção “Notícias” do site da CNBB.

Dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues
Artigo publicado no Jornal Diário de Sorocaba-23/06/2013


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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Ouvir o clamor que vem das ruas

Nota da CNBB
- Conferência Nacional dos Bispos do Brasil -


"Ouvir o clamor que vem das ruas"

Nota da CNBB
- Conferência Nacional dos Bispos do Brasil -

"Ouvir o clamor que vem das ruas"
Nós, bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, reunidos em Brasília de 19 a 21 de junho, declaramos nossa solidariedade e apoio às manifestações, desde que pacíficas, que têm levado às ruas gente de todas as idades, sobretudo os jovens. Trata-se de um fenômeno que envolve o povo brasileiro e o desperta para uma nova consciência. Requerem atenção e discernimento a fim de que se identifiquem seus valores e limites, sempre em vista à construção da sociedade justa e fraterna que almejamos.
Nascidas de maneira livre e espontânea a partir das redes sociais, as mobilizações questionam a todos nós e atestam que não é possível mais viver num país com tanta desigualdade. Sustentam-se na justa e necessária reivindicação de políticas públicas para todos. Gritam contra a corrupção, a impunidade e a falta de transparência na gestão pública. Denunciam a violência contra a juventude. São, ao mesmo tempo, testemunho de que a solução dos problemas por que passa o povo brasileiro só será possível com participação de todos. Fazem, assim, renascer a esperança quando gritam: “O Gigante acordou!”
Numa sociedade em que as pessoas têm o seu direito negado sobre a condução da própria vida, a presença do povo nas ruas testemunha que é na prática de valores como a solidariedade e o serviço gratuito ao outro que encontramos o sentido do existir. A indiferença e o conformismo levam as pessoas, especialmente os jovens, a desistirem da vida e se constituem em obstáculo à transformação das estruturas que ferem de morte a dignidade humana. As manifestações destes dias mostram que os brasileiros não estão dormindo em “berço esplêndido”.
O direito democrático a manifestações como estas deve ser sempre garantido pelo Estado. De todos espera-se o respeito à paz e à ordem. Nada justifica a violência, a destruição do patrimônio público e privado, o desrespeito e a agressão a pessoas e instituições, o cerceamento à liberdade de ir e vir, de pensar e agir diferente, que devem ser repudiados com veemência. Quando isso ocorre, negam-se os valores inerentes às manifestações, instalando-se uma incoerência corrosiva que leva ao descrédito.
Sejam estas manifestações fortalecimento da participação popular nos destinos de nosso país e prenúncio de novos tempos para todos. Que o clamor do povo seja ouvido!
Sobre todos invocamos a proteção de Nossa Senhora Aparecida e a bênção de Deus, que é justo e santo.
Brasília, 21 de junho de 2013

Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís
Vice-presidente da CNBB


Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB


Nós, bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, reunidos em Brasília de 19 a 21 de junho, declaramos nossa solidariedade e apoio às manifestações, desde que pacíficas, que têm levado às ruas gente de todas as idades, sobretudo os jovens. Trata-se de um fenômeno que envolve o povo brasileiro e o desperta para uma nova consciência. Requerem atenção e discernimento a fim de que se identifiquem seus valores e limites, sempre em vista à construção da sociedade justa e fraterna que almejamos.Nascidas de maneira livre e espontânea a partir das redes sociais, as mobilizações questionam a todos nós e atestam que não é possível mais viver num país com tanta desigualdade. Sustentam-se na justa e necessária reivindicação de políticas públicas para todos. Gritam contra a corrupção, a impunidade e a falta de transparência na gestão pública. Denunciam a violência contra a juventude. São, ao mesmo tempo, testemunho de que a solução dos problemas por que passa o povo brasileiro só será possível com participação de todos. Fazem, assim, renascer a esperança quando gritam: “O Gigante acordou!”
Numa sociedade em que as pessoas têm o seu direito negado sobre a condução da própria vida, a presença do povo nas ruas testemunha que é na prática de valores como a solidariedade e o serviço gratuito ao outro que encontramos o sentido do existir. A indiferença e o conformismo levam as pessoas, especialmente os jovens, a desistirem da vida e se constituem em obstáculo à transformação das estruturas que ferem de morte a dignidade humana. As manifestações destes dias mostram que os brasileiros não estão dormindo em “berço esplêndido”.
O direito democrático a manifestações como estas deve ser sempre garantido pelo Estado. De todos espera-se o respeito à paz e à ordem. Nada justifica a violência, a destruição do patrimônio público e privado, o desrespeito e a agressão a pessoas e instituições, o cerceamento à liberdade de ir e vir, de pensar e agir diferente, que devem ser repudiados com veemência. Quando isso ocorre, negam-se os valores inerentes às manifestações, instalando-se uma incoerência corrosiva que leva ao descrédito.
Sejam estas manifestações fortalecimento da participação popular nos destinos de nosso país e prenúncio de novos tempos para todos. Que o clamor do povo seja ouvido!
Sobre todos invocamos a proteção de Nossa Senhora Aparecida e a bênção de Deus, que é justo e santo.

Brasília, 21 de junho de 2013

Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís
Vice-presidente da CNBB


Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

São José inserido nas Orações Eucarísticas do Missal Romano





São José foi inserido nas Orações Eucarísticas II, III e IV do Missal Romano através de um Decreto emitido pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Pelo seu lugar singular na economia da salvação como pai de Jesus, - lê-se no Decreto -, São José de Nazaré, colocado à frente da Família do Senhor, contribuiu generosamente à missão recebida na graça e, aderindo plenamente ao início dos mistérios da salvação humana, tornou-se modelo exemplar de generosa humildade, que os cristãos têm em grande estima, testemunhando aquela virtude comum, humana e simples, sempre necessária para que os homens sejam bons e fiéis seguidores de Cristo.

Deste modo, - continua o texto -, este Justo, que amorosamente cuidou da Mãe de Deus e se dedicou com alegre empenho na educação de Jesus Cristo, tornou-se guarda dos preciosos tesouros de Deus Pai e foi incansavelmente venerado através dos séculos pelo povo de Deus como protetor do corpo místico que é a Igreja.

Na Igreja Católica os fiéis, de modo ininterrupto, manifestaram sempre uma especial devoção a São José honrando solenemente a memória do castíssimo Esposo da Mãe de Deus como Patrono celeste de toda a Igreja; de tal modo que o Beato João XXIII, durante o Concílio Ecumênico Vaticano II, decretou que no antiquíssimo Cânone Romano fosse acrescentado o seu nome. O Sumo Pontífice Bento XVI acolheu e quis aprovar tal iniciativa manifestando-o várias vezes, e que agora o Sumo Pontífice Francisco confirmou, considerando a plena comunhão dos Santos que, tendo sido peregrinos conosco neste mundo, nos conduzem a Cristo e nos unem a Ele.

Considerando o exposto, - continua o Decreto -, esta Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, em virtude das faculdades concedidas pelo Sumo Pontífice Francisco, de bom grado decreta que o nome de São José, esposo da Bem-aventurada Virgem Maria, seja, a partir de agora, acrescentado na Oração Eucarística II, III e IV da terceira edição típica do Missal Romano. O mesmo deve ser colocado depois do nome da Bem-aventurada Virgem Maria como se segue: na Oração Eucarística II: “ut cum beata Dei Genetrice Virgine Maria, beato Ioseph, eius Sponso, beatis Apostolis”, Na Oração Eucarística III: “cum beatissima Virgine, Dei Genetrice, Maria, cum beato Ioseph, eius Sponso, cum beatis Apostolis”; na Oração Eucarística IV: “cum beata Virgine, Dei Genetrice, Maria, cum beato Ioseph, eius Sponso, cum Apostolis”.

Para os textos redigidos em língua latina utilizam-se as formulas agora apresentadas como típicas. Esta Congregação ocupar-se-á em prover à tradução nas línguas ocidentais mais difundidas; para as outras línguas a tradução devera ser preparada, segundo as normas do Direito, pelas respectivas Conferências Episcopais e confirmadas pela Sé Apostólica através deste Dicastério. Nada obste em contrário.

Sede da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, 1 de Maio de 2013, São José Operário. (SP)